Qual deve ser o papel das mulheres na liderança da igreja?
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Essa pergunta gera discussões acaloradas entre cristãos, especialmente quando decisões impactantes, vem a tona, como a remoção da igreja californiana, Saddleback, da Convenção Batista do Sul. O motivo? Rick Warren, pastor evangélico batista e escritor estadunidense e o fundador da Igreja de Saddleback, ordenou três mulheres como pastoras. Isso, somado à saída de Beth Moore, uma evangelista anglicana norte-americana, autora, e professora da bíblia, reacendeu um debate antigo.
A verdade é que essa questão tem dois lados e tudo depende de como interpretamos as Escrituras. Mas antes de qualquer coisa, é bom lembrar que discordar desse tema não deveria causar divisão na igreja.
O problema não é tanto a liderança feminina, mas sim a forma como lidamos com esse debate. No fim das contas, acreditar que mulheres podem ou não liderar não afeta a salvação de ninguém. Então, vale a pena dividir a igreja por isso?
As Escrituras mostram mulheres em papéis de liderança?
No Novo Testamento, encontramos várias evidências disso. Veja só:
- João 4: Jesus conversa com uma mulher samaritana – algo impensável na época. O resultado? Ela se torna uma evangelista e leva muitas pessoas da sua cidade a crerem nele.
- João 20: Maria Madalena foi a primeira a ver Jesus ressuscitado e recebeu a missão de contar aos discípulos. Detalhe: no contexto judaico, mulheres não podiam nem testemunhar em tribunais!
- Atos 16: Lídia, uma empresária de Filipos, se converte e se torna uma das fundadoras da igreja local.
- Atos 18: Priscila e Áquila ajudaram Apolo a entender melhor as Escrituras.
Isso sem falar das várias mulheres que Paulo mencionou como colaboradoras no ministério. Então, dá para negar que as mulheres tiveram um papel essencial na igreja primitiva? Acho que não, concorda comigo?
Ter mulheres na liderança da igreja prejudica o testemunho da igreja?
Claramente, vemos no Novo Testamento que as mulheres ajudaram a construir a igreja. Ignorar os dons dados por Deus a elas seria um grande erro. Sabemos que todos os dons são dados para a edificação do corpo de Cristo (1 Coríntios 12:7) e Paulo nos encoraja a usá-los (Romanos 12:6-8). Assim como Jesus e Paulo validaram as mulheres e reconheceram suas contribuições, devemos fazer o mesmo.
Com o nascimento da igreja em Atos, sempre foi intenção de Deus usar mulheres em várias funções dentro da igreja:
O contexto de Atos 2:17-18 significa que, nos últimos tempos, Deus derramaria Seu Espírito sobre todas as pessoas, sem distinção de idade, gênero ou posição social, capacitando jovens, idosos, homens e mulheres com dons espirituais como profecias, visões e sonhos, mostrando que Sua presença e poder estariam disponíveis a todos que O buscassem, cumprindo-se inicialmente no Pentecostes e continuando na era da Igreja como um sinal dos tempos finais antes do Dia do Senhor.
O debate é sobre a Escritura ou sobre sua aplicação?
Alguns argumentam contra a liderança feminina com base em passagens como 1 Coríntios 14:34-35 e 1 Timóteo 2:11-12, onde Paulo aparentemente proíbe mulheres de ensinar ou liderar. Mas será que a questão aqui é a interpretação dessas passagens ou a forma como as aplicamos? Será que a igreja tem dado o devido valor às mulheres ou adotou uma visão mais rígida e limitante?
A Bíblia nos mostra que Deus derramaria seu Espírito sobre homens e mulheres (Atos 2:17-18). Então, será que a restrição à liderança feminina vem de Deus ou da nossa leitura cultural das Escrituras?
No final das contas, Cristo é o cabeça da igreja e o homem é chamado para ser líder no lar, mas essa liderança nunca foi sobre autoritarismo e sim sobre amor e serviço. Se interpretarmos isso da forma correta, entenderemos que reconhecer o chamado e os dons das mulheres não é ameaça, mas sim crescimento para o Reino de Deus.
Conclusão
Portanto, se ainda houver dúvidas, que tal focarmos no que realmente importa? Amar a Deus e servir uns aos outros. A igreja precisa de homens e mulheres comprometidos, e não de divisões por causa de uma interpretação.
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